quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

Sonhei...

Lembro de quando eu era criança e caia uma espessa neblina nos domingos de manhã antes de ir aos Desbravadores. Eu me perdia no meio daquela imensidão branca e corria pra todos os lados. Por um momento eu me sentia voando entre as nuvens...
Eu tive muitos sonhos ultimamente, alguns muito engraçados por serem fora da realidade e outros tristes por não serem a realidade... Sonhei acordado e sonhei dormindo. Sonhei com comida e comi alguns sonhos...
E teve os sonhos que faziam todo o sentido e me davam respostas e aqueles que transformavam toda a certeza em dúvida e toda a resposta em pergunta.
Sonhei que corria e que voava, e que não estava só. Sonhei que não havia barreiras pra ninguém. Sonhei que as pessoas aumentaram a compreensão e o amor ao próximo e sonhei que não interessava se você gostava de funk, rock, pop, samba, nacional ou internacional, você era aceito. E sonhei também que ensinaram aos funkeiros que existe fone de ouvido...
Sonhei que em cada rua que caminhávamos tinha um sorriso e um abraço, deixávamos nossa marca, e não eramos só mais um que passou e não fez a diferença. Estávamos no topo e olhávamos para um horizonte que nos instigava. Queríamos correr para conquistá-lo e correr sem parar. Queríamos ir até aonde a vista não chega e nunca parar até encontrar uma casinha aconchegante em meio as colinas aonde tínhamos um lindo pôr-do-Sol diferente a cada dia... 
Sonhei que a falsa modéstia foi expulsa por cada sorriso sincero de amor próprio, contagiante e inesquecível...
Sonhei com sorrisos de várias pessoas e vários sorrisos de uma pessoa só. E também com covinhas nas bochechas. Sonhei com o frio do Alasca e com o verão na Califórnia... Sonhei com um lugar só meu que era meu não por direito mas por dividi-lo com alguém.
Entendi no fim das contas que meu sonho se tratava de tornar outro sonho em realidade. Como se os sonhos fossem compatíveis e o improviso da vida, de correr o risco e aproveitar a cada dia o que ele nos reservava, fazia tudo valer a pena.
E depois de tanto sonhar eu não sabia mais se estava sob um plano fixo e seguro ou se por tocar as nuvens e passar tanto tempo por lá, isso já fazia ou não parte de mim.
Então algo me trouxe de volta pro chão. E diferente de todo o sonho leve e livre, o que me fez cair na real foi bruto e rápido. Como quando você está em um lugar escuro e de repente sai pra uma sala clara e seus olhos doem.
Você quer saber o que está ao seu redor, mas não consegue por estar praticamente cego.
Cego. Interessante que você pode mesmo estar cego por seus sonhos mesmo tendo o dom de enxergar seus sonhos. Talvez você confunda a espessa neblina com as nuvens e de de cara em uma parede ou poste...
Talvez você esteja tão bem no seu sonho que não percebe que o chão está longe de mais e a dor de cair nele será quase mortal...
Mas é por essa razão que os sonhos tem fim e o sol aparece toda a manhã. Não importa quão alto seja o seu sonho, você não foi feito com asas e precisa de força pra correr com suas próprias pernas... É. Um saco.
Sabe qual é a melhor sensação de você correr bastante e chegar até aquele horizonte aonde a vista não chegava? é sentir-se realizado, e capaz de voar de verdade... e você tem que correr, pular e levantar de cada tombo e rir muito de cada um deles, pra que você não desista no meio do caminho... 
E se você tiver medo de se perder nos sonhos como eu fiz. mantenha uma âncora forte no seu porto seguro pra que você sobreviva a qualquer queda e blá blá blá